O debate sobre as Sociedades Anônimas Desportivas (SADs) no futebol argentino ganhou um novo capítulo após a final da Libertadores entre o Botafogo e o Atlético-MG, ambos geridos como sociedades anônimas. O governo argentino, liderado pelo presidente Javier Milei, defende a entrada de capital externo no futebol, enquanto a Associação do Futebol Argentino (AFA) é contra. Nesse contexto, o título do Botafogo foi usado pelo governo como um ponto a favor do modelo de SAD.
A disputa da Libertadores entre o Botafogo e o Atlético-MG foi a primeira final entre Sociedades Anônimas Desportivas (SADs). O Botafogo é gerido como SAD desde 2021, enquanto o Atlético-MG seguiu o modelo em 2023. A equipe mineira eliminou o River Plate na semifinal, e o Botafogo venceu o sexto título seguido do Brasil na competição.
As Sociedades Anônimas Desportivas no Futebol Argentino
Desde 2019, apenas dois clubes argentinos disputaram finais da Libertadores. No primeiro ano da disputa, o River Plate perdeu por 2 a 1 para o Flamengo. Em 2023, foi a vez do Boca Juniors cair para o Fluminense. Neste sábado, o Botafogo venceu o sexto título seguido do Brasil na competição.
A lei argentina proíbe as SADs no futebol, e caso um clube vire SAD, a AFA irá desfiliar a equipe imediatamente. Claudio “Chiqui” Tapia, presidente da federação, é um forte opositor de Milei a respeito dos investimentos externos.
O Contexto da Argentina e o Brasil
O contexto do país é muito diferente do brasileiro. Enquanto o River Plate ultrapassou os 350 mil sócios, a segunda maior marca do mundo, outros clubes também possuem números significativos, até mesmo os considerados menores. Na Argentina, o clube tem uma participação maior do torcedor além do futebol.
Em contraste, o futebol brasileiro é caracterizado por uma maior entrada de capital externo e investimento em infraestrutura. Isso pode ter contribuído para a melhoria do nível de competitividade dos clubes brasileiros.
A Visão de Claudio Fiorito
Para Claudio Fiorito, presidente da P&P Sport Management Brasil, a adoção das SADs pode ser uma solução para equilibrar a competitividade entre os clubes. “É preciso, no entanto, boa gestão. Alguns clubes sul-americanos têm seguido esse caminho, mas é uma minoria. A partir do instante em que isso se tornar uma realidade, principalmente aos argentinos, creio que o nível de competitividade terá um efeito maior de equilíbrio”, analisou.
A Resposta de Javier Milei
O presidente argentino, Javier Milei, defende a entrada de capital externo no futebol e tem usado o título do Botafogo como um ponto a favor do modelo de SAD. Em outubro, Claudio Tapia foi reeleito para mais um mandato na federação, até 2029. A Inspeção-Geral da Justiça (IGJ) do país alegou que outros assuntos poderiam ser discutidos, como o balanço financeiro da AFA, mas que uma eventual eleição do presidente “não seria válida” e poderia até configurar crime.
A Situação Atual
A situação atual é de grande incerteza, com o governo argentino defendendo a entrada de capital externo e a AFA contra. A decisão final depende do resultado das eleições e da posição da AFA. Enquanto isso, o futebol argentino continua a se destacar como um dos mais importantes do mundo.
Conclusão
O debate sobre as SADs no futebol argentino é complexo e envolve questões de direito, economia e política. A decisão final será importante para o futuro do futebol argentino e pode ter consequências significativas para a competição e a competitividade dos clubes.
Escritor especializado em cobrir notícias sobre o mundo do futebol. Apaixonado por contar as histórias por trás dos jogos e dos jogadores