Um grupo de torcedores do Arsenal, autodenominado “Gunners For Peace”, iniciou uma campanha para que o clube encerre seu contrato de patrocínio com Ruanda. A iniciativa surge em meio a acusações de que o governo ruandês está envolvido em um conflito na República Democrática do Congo. Os torcedores protestam contra a parceria, que envolve a exibição da marca “Visit Rwanda” nas mangas da camisa do time, e buscam conscientizar sobre a situação na região. A crítica principal se volta para o financiamento de um grupo rebelde, o M23, que atua na República Democrática do Congo. O grupo de torcedores encontrou uma forma criativa de protestar, utilizando o nome do rival Tottenham em suas manifestações. O valor do patrocínio, de 10 milhões de libras anuais, também é questionado em relação ao impacto na imagem do clube, considerando o contexto político e social de Ruanda.
O Contexto do Patrocínio e as Críticas
O acordo de patrocínio entre o Arsenal e Ruanda, iniciado em maio de 2018 e renovado em 2021, garante ao clube cerca de 10 milhões de libras por ano. Em troca, a marca “Visit Rwanda” é exibida nas mangas da camisa do time e em outras plataformas, como o estádio. O objetivo oficial do governo ruandês é promover o turismo no país. No entanto, a parceria tem gerado controvérsias, principalmente devido às acusações de apoio do governo ruandês ao grupo rebelde M23, que atua na República Democrática do Congo.
A Reação dos Torcedores e a Campanha “Gunners For Peace”
Diante das denúncias, um grupo de torcedores do Arsenal, conhecido como “Gunners For Peace”, decidiu se manifestar contra o patrocínio. O grupo tem como objetivo principal pressionar a diretoria do clube a cancelar o acordo com Ruanda. Uma das estratégias utilizadas pelos torcedores foi a criação de materiais de protesto que usam o nome do rival Tottenham, como uma forma de ironizar a situação e chamar a atenção para a causa. A campanha demonstra a insatisfação dos torcedores com a associação do clube a um governo acusado de graves violações de direitos humanos.
A Situação na República Democrática do Congo e o Envolvimento de Ruanda
A República Democrática do Congo tem enfrentado um conflito que envolve diversos grupos armados, incluindo o M23. Especialistas da Organização das Nações Unidas (ONU) apontam para o apoio direto do governo de Ruanda ao grupo rebelde. A violência na região tem causado inúmeras vítimas, incluindo relatos de estupros, assassinatos e deslocamento de pessoas. A ONU classificou a situação como “verdadeiramente inimaginável”, destacando a gravidade da crise humanitária. A atuação do governo ruandês tem sido fortemente criticada por organizações internacionais e defensores dos direitos humanos.
O Impacto Financeiro e a Imagem do Arsenal
Embora o valor do patrocínio de Ruanda, 10 milhões de libras, seja significativo, representa uma parcela pequena do faturamento anual do Arsenal, que ultrapassa as 600 milhões de libras. A campanha dos torcedores levanta questões sobre o retorno do patrocínio para a imagem do clube, considerando as críticas ao governo ruandês. A associação do Arsenal a um país com histórico de violações de direitos humanos pode prejudicar a reputação do clube e afastar torcedores e parceiros comerciais. A discussão sobre o patrocínio também destaca a importância de os clubes de futebol considerarem os valores éticos e sociais ao firmar parcerias.
O Posicionamento do Presidente de Ruanda e as Próximas Etapas
O presidente de Ruanda, Paul Kagame, é um conhecido torcedor do Arsenal e já expressou sua satisfação com o desempenho do time em algumas ocasiões. A relação próxima de Kagame com o clube pode tornar a situação ainda mais delicada. Os torcedores do “Gunners For Peace” esperam que a diretoria do Arsenal tome uma decisão sobre o patrocínio para a próxima temporada, buscando um novo parceiro que esteja alinhado com os valores do clube. A campanha demonstra a crescente conscientização dos torcedores sobre questões sociais e a importância de os clubes de futebol serem responsáveis em suas parcerias.

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