Os torcedores do Peñarol, um dos clubes mais tradicionais da América do Sul, são conhecidos por sua paixão e dedicação ao time. No entanto, essa paixão às vezes se transforma em violência e conflitos, como visto recentemente no Rio de Janeiro, durante um jogo contra o Botafogo. A goleada do Botafogo foi manchada pelo caos promovido pelos torcedores do Peñarol, que foram detidos após provocar baderna no Recreio dos Bandeirantes.
A maior torcida do Uruguai
O Peñarol é o clube de maior torcida no futebol do Uruguai, com 51 títulos no Campeonato Uruguaio e cinco troféus da Libertadores. Essa sucesso de décadas fez o time formar a maior torcida do país, com 46% dos entrevistados em uma pesquisa de 2013 se declarando torcedores do Peñarol.
As barras bravas do Peñarol
As barras bravas do Peñarol são compostas por torcedores e sócios que se diferenciam pelos cânticos, faixas, bandeirões, instrumentos e outros itens. A principal organizada – ou barra brava – do Peñarol é a chamada “Barra Amsterdam”, que ocupa a tribuna Amsterdam no Estádio Centenário, de Montevidéu.
No entanto, a Barra Amsterdam vive disputas internas por poder, com declínio e ascensão de gerações. Liderar uma barra significa tocar um negócio, incluindo verba para transporte, hospedagem e até extorsão ao clube.
Disputas internas e histórico de violência
As disputas na barra do Peñarol aumentaram nos últimos anos após a prisão de Erwin “Coco” Parentini, ex-líder do grupo. Ele foi condenado em 2020 pelo assassinato de um torcedor do rival Nacional, e em 2021 por ser o autor intelectual de um ataque a tiros contra torcedores do Flamengo.
Além disso, a torcida do Peñarol tem um histórico de violência com brasileiros, incluindo a morte do rubro-negro Roberto Vieira de Almeida em 2019. Esse episódio marcou não só a torcida do Flamengo, como as de outros clubes do Rio e até as forças de segurança.
A cultura da violência nas torcidas sul-americanas
A cultura da violência nas torcidas sul-americanas é um problema complexo e multifacetado. A predisposição de parte da torcida do Peñarol para o combate, até orgulho disso, dessa cultura, é um fator que contribui para esses conflitos.
Além disso, o ressentimento da sociedade brasileira, torcidas e polícia, em relação aos estrangeiros que vêm ao Brasil, em especial ao Rio de Janeiro, seguir seus times, é outro fator que contribui para esses conflitos.
É importante notar que a violência nas torcidas não é exclusividade do Peñarol ou do futebol uruguaio. É um problema que afeta todo o continente e requer uma abordagem mais ampla e complexa para ser resolvido.
Escritor especializado em cobrir notícias sobre o mundo do futebol. Apaixonado por contar as histórias por trás dos jogos e dos jogadores