O São Paulo Futebol Clube está prestes a tomar uma decisão importante para reestruturar sua dívida. O clube irá votar a criação de um fundo de investimento em direitos creditórios (FIDC) para captar R$ 240 milhões e substituir a maior parte de sua dívida com bancos. Essa operação financeira é mais sofisticada do que um empréstimo convencional, pois implica em travas na governança do clube.
Como funciona o FIDC?
O FIDC é uma operação de crédito que permite ao São Paulo captar recursos de investidores em troca de direitos creditórios. Em outras palavras, o clube está oferecendo suas receitas futuras como garantia para o empréstimo. A partir disso, o clube fica limitado em relação a gastos e novas dívidas. As restrições incluem a proibição de contratação de jogadores por mais de R$ 10 milhões, a limitação de gastos com salários de jogadores e funcionários em 70% da receita total do clube, e a proibição de realização de despesas não essenciais sem a aprovação prévia do Conselho Deliberativo.
Além disso, o clube também se compromete a manter uma reserva financeira para cobrir despesas imprevistas e a realizar auditorias independentes para garantir a transparência e a conformidade com as regras do FIDC.
Objetivos do FIDC
A intenção do presidente do São Paulo, Julio Casares, é reperfilar a dívida do clube, ou seja, usar o dinheiro captado para pagar dívidas antigas e concentrar o novo passivo em um único credor, com mais tempo para pagar e condições que a diretoria julga mais vantajosas. A dívida bancária tricolor estava em R$ 217 milhões ao término de 2023, e a diretoria separou os contratos de 12 operações de crédito para a análise detalhada.
O pagamento antecipado desses empréstimos possui multas e penalidades, mas a direção são-paulina entende que os riscos passam a ser reduzidos ao concentrar o passivo em um credor só. Além disso, o presidente Casares também está deixando de ser garantidor pessoal dos empréstimos bancários existentes, o que reduz sua responsabilidade pessoal.
Impacto no clube
A criação do FIDC pode ter um impacto significativo no São Paulo Futebol Clube. A reestruturação da dívida pode permitir que o clube reduza seus gastos com juros e encargos, e melhore sua situação financeira. Além disso, a transparência e a governança mais arrojada podem ajudar a aumentar a confiança dos investidores e dos torcedores no clube.
No entanto, é importante notar que a criação do FIDC também implica em restrições significativas à governança do clube. A proibição de contratação de jogadores por mais de R$ 10 milhões, por exemplo, pode limitar a capacidade do clube de competir com outros times da série A.
Conclusão
A criação do FIDC é uma decisão importante para o São Paulo Futebol Clube. A reestruturação da dívida pode permitir que o clube reduza seus gastos com juros e encargos, e melhore sua situação financeira. No entanto, é importante que os conselheiros do clube avaliem cuidadosamente as restrições impostas pelo FIDC e garantam que a transparência e a governança sejam mantidas.
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