A associação entre empresas de combustíveis fósseis e entidades esportivas tem se tornado uma prática comum nos últimos anos, com o objetivo de melhorar a imagem dessas empresas e se afastar das críticas relacionadas ao seu impacto no meio ambiente. De acordo com um relatório recente, essas empresas investem atualmente mais de R$ 30 bilhões em acordos de patrocínio com entidades esportivas, principalmente no futebol.
O “sportswashing” como estratégia de marketing
O “sportswashing” é um termo que se refere à prática de empresas de se associarem a marcas esportivas para melhorar sua reputação e se afastar das críticas relacionadas ao seu impacto no meio ambiente. Essa estratégia de marketing tem sido utilizada por empresas de combustíveis fósseis para tentar se passar por patrocinadoras do esporte e se afastar da associação com a crise climática.
De acordo com o relatório, empresas de combustíveis fósseis investem atualmente 5,6 bilhões de dólares em mais de 200 acordos de patrocínio com entidades esportivas. O futebol é o esporte mais popular entre essas empresas, com 59 contratos no valor total de 994,5 milhões de dólares. Os esportes motorizados também são muito populares, com 2,8 bilhões de dólares investidos em patrocínios.
Empresas de combustíveis fósseis como principais patrocinadoras do esporte
A Aramco, empresa nacional de petróleo da Arábia Saudita, é a companhia com o maior patrocínio esportivo, com quase 1,3 bilhão de dólares investidos em 10 acordos. A Aramco será uma das principais parceiras da Fifa na Copa do Mundo de 2034 e promete muito dinheiro pelos próximos 10 anos.
Outras empresas de combustíveis fósseis também estão investindo pesadamente em patrocínios esportivos. A queima de combustíveis fósseis é responsável por 75% das emissões de gases do efeito estufa, que provocam o aquecimento global. A crise climática pode custar 300 bilhões de dólares em 2030, de acordo com estimativas das Nações Unidas.
A falta de transparência nos acordos de patrocínio
Muitos dos acordos de patrocínio entre empresas de combustíveis fósseis e entidades esportivas apresentam falta de transparência sobre os valores envolvidos, a duração e as condições de contrato. Isso torna difícil para os fãs e os críticos entenderem o verdadeiro objetivo desses acordos e como eles estão afetando o esporte e o meio ambiente.
O impacto do “sportswashing” no esporte e no meio ambiente
O “sportswashing” pode ter um impacto significativo no esporte e no meio ambiente. Ao se associarem a marcas esportivas, empresas de combustíveis fósseis podem tentar se passar por patrocinadoras do esporte e se afastar da associação com a crise climática. No entanto, isso não muda o fato de que essas empresas estão contribuindo para o aquecimento global e a crise climática.
É importante que os fãs e os críticos estejam cientes do “sportswashing” e do impacto que ele pode ter no esporte e no meio ambiente. É preciso que as empresas de combustíveis fósseis sejam responsáveis por suas ações e que elas trabalhem para reduzir seu impacto no meio ambiente.
Escritor especializado em cobrir notícias sobre o mundo do futebol. Apaixonado por contar as histórias por trás dos jogos e dos jogadores