Há 30 anos, o avião que trazia os campeões da Seleção Brasileira da Copa do Mundo de 1994 desembarcou com 15 toneladas de bagagem, envolvendo uma polêmica que chegou até o Governo e se arrastou na Justiça. Testemunhas contam os bastidores dessa história marcante.
A volta dos campeões
No dia 19 de julho de 1994, a imagem de Romário na janela do avião, com a bandeira do Brasil, marcou a chegada da Seleção ao Rio de Janeiro após a conquista do tetracampeonato mundial. A cena encerrava um ciclo de celebrações e desfiles, a primeira vez em 24 anos que o Brasil voltava como campeão.
O impasse na alfândega
Dentro do avião e no pátio do Aeroporto do Galeão, havia um impasse. Depois de passarem por Recife e Brasília, a festa continuaria no Rio, mas a fiscalização de bagagens estava no caminho, iniciando uma crise que chegou ao Planalto e causou a demissão do secretário da Receita Federal.
O “voo da muamba”
O avião que saiu do Rio de Janeiro com cerca de 3 toneladas voltou ao país com mais de 15 toneladas de bagagem, recheado de eletrodomésticos e artigos de todos os tipos. O episódio foi chamado de “voo da muamba” e provocou constrangimento no dia seguinte ao desembarque.
O poder de compra no exterior
Naquele julho de 1994, o Plano Real havia sido lançado, controlando a inflação, e o dólar estava 1 para 1 com a moeda brasileira. Isso significava que o poder de compra dos brasileiros fora do país estava alto, o que pode ter contribuído para os excessos nas compras.
A resolução do impasse
Após muita pressão e negociações, o caso foi resolvido e a delegação pôde seguir para o desfile pelas ruas do Rio de Janeiro. No entanto, o episódio deixou marcas e processos que se arrastaram por anos, envolvendo diversos personagens, como o ministro da Fazenda da época, Rubens Ricupero, e o então presidente da CBF, Ricardo Teixeira.
Apesar das polêmicas, os heróis do tetracampeonato mundial celebram nesta noite no Rio de Janeiro os 30 anos da conquista. Muitos deles preferiram não comentar o episódio do “voo da muamba”.
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