O caso envolvendo o contrato de patrocínio entre o Corinthians e a casa de apostas VaideBet tem sido alvo de investigação por parte da Polícia Civil de São Paulo. O empresário Alex Cassundé, que intermediou o negócio, prestou depoimento nesta terça-feira e entregou seu telefone celular, após a quebra de sigilo ordenada pela Justiça.
Revelações no depoimento de Alex Cassundé
Em seu depoimento, Cassundé afirmou ter conhecido a VaideBet por meio de uma pergunta feita no Chat GPT, uma ferramenta de inteligência artificial, sobre “dicas de como encontrar uma empresa de bet”. A partir da resposta, ele conseguiu entrar em contato com o sócio da empresa e apresentou a possibilidade de um negócio com o Corinthians.
Cassundé também revelou que só soube que havia entrado como intermediário do contrato em janeiro, com a assinatura do compromisso. Ele nega ter exigido qualquer comissão ao trocar os contatos entre as partes.
Repasses para a Neoway
Em relação aos repasses de mais de R$ 1 milhão para a empresa Neoway Soluções Integradas, Cassundé afirmou que se tratava de outro negócio no campo da “telemedicina” e se declarou vítima de um golpe. Ele não chegou a abrir um Boletim de Ocorrência sobre o caso.
Contrato entre Corinthians e VaideBet
O contrato entre o Corinthians e a VaideBet, que previa o pagamento de R$ 370 milhões ao clube até o fim de 2026, foi rompido no dia 7 de junho, cinco meses depois de sua assinatura. A crise se instaurou no dia 27 de maio, quando a patrocinadora notificou o clube extrajudicialmente, pedindo esclarecimentos sobre as notícias envolvendo o possível repasse de parte da comissão do intermediário para uma “empresa laranja”.
Investigações e desdobramentos
A Polícia Civil abriu um inquérito para investigar o caso, e a última atualização indica a possibilidade de uma investigação paralela, com a contratação até de um detetive particular. Adriana Ramuno, identificada como funcionária de um detetive particular, já prestou depoimento às autoridades, relatando que foi até a casa de Edna Oliveira dos Santos, citada como a “empresa laranja”, para fazer algumas perguntas.
O chefe de Adriana Ramuno, identificado apenas como Felipe, também será intimado a prestar esclarecimentos nas próximas semanas. A empresa de Cassundé, que recebeu apenas R$ 1,4 milhão dos R$ 25 milhões acordados pela intermediação, é alvo de investigação por supostamente ter feito dois repasses (R$ 900 mil no total) para a Neoway Soluções Integradas.
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