A diretoria do Palmeiras, sob a liderança de Leila Pereira, demonstra crescente insatisfação com a postura e as declarações do técnico Abel Ferreira em momentos cruciais da temporada. A temporada atual, marcada por decepções e ausência de títulos de expressão, tem gerado um clima de apreensão entre os torcedores e, cada vez mais, entre os dirigentes do clube. A recente derrota na final da Libertadores para o arquirrival Flamengo acentuou a pressão sobre o comandante português, cujas falas têm sido interpretadas como uma tentativa de desviar o foco dos problemas internos e apontar culpados externos.
A Frustração Alviverde e o Questionamento do Trabalho
A torcida palmeirense vive um momento de profunda decepção. Após um período de glórias e conquistas significativas, o desempenho recente do Verdão tem deixado a desejar. A temporada atual se destaca pela ausência de troféus, um contraste gritante com as expectativas criadas e com o histórico recente do clube. A perda do título da Libertadores para o Flamengo, em uma decisão que ainda ecoa entre os apaixonados pelo clube, intensificou o desânimo e as críticas ao trabalho do técnico Abel Ferreira. O nome do comandante português, outrora unanimidade, agora é alvo de questionamentos, com parte da torcida clamando por uma mudança no comando técnico. No entanto, indícios recentes sugerem que essa transição não se concretizará em um futuro próximo, com o próprio treinador expressando sua intenção de permanecer na Academia.
Abel Ferreira Reafirma Compromisso e Critica a Arbitragem
Em coletiva de imprensa após a vitória diante do Atlético-MG, Abel Ferreira abordou as especulações sobre seu futuro, rechaçando a ideia de que seu trabalho no Palmeiras tenha chegado ao fim. “Existem momentos em que o ciclo de um treinador chega ao fim, e é preciso entender quando isso acontece. Mas não consigo aceitar que seja o fim do ciclo quando você chega a uma final de Libertadores e luta até o último minuto. Não vejo como final de ciclo em seis Libertadores, sendo que fomos a três finais, uma semifinal e uma quartas de final”, declarou o técnico, defendendo a longevidade e a relevância de sua passagem pelo clube. Ele também ressaltou as conquistas recentes: “Não é o fim de um ciclo quando, nos últimos cinco ou seis campeonatos, o Palmeiras ganhou dois títulos e foi vice em outros. E também não é o fim de ciclo quando conquistamos três Paulistas de quatro ou cinco”. No entanto, a declaração que mais chamou a atenção foi a sua menção a um “asterisco” no resultado da final da Libertadores contra o Flamengo. Segundo o português, a possível falha da arbitragem em não expulsar o jogador Pulgar poderia ter alterado o curso da partida e, consequentemente, o desfecho do título, sugerindo que o resultado não reflete totalmente o mérito esportivo. “Independentemente das ocorrências durante o jogo, há um ‘asterisco’ no resultado. Cicatrizes ficam, é natural que alguns jogadores ainda estejam se recuperando, mas sabemos que essa equipe é capaz de se reinventar e ser resiliente. É isso que vamos buscar fazer”, explicou.
O Descontentamento Interno de Leila Pereira
As declarações de Abel Ferreira, especialmente aquelas que atribuem os insucessos a falhas de arbitragem, não foram bem recebidas pela presidente Leila Pereira. Fontes internas indicam que a mandatária palmeirense tem demonstrado um incômodo crescente com essa linha de raciocínio adotada pelo treinador. A presidente já havia manifestado publicamente, em outras ocasiões, que a perda do Campeonato Brasileiro não poderia ser justificada por erros de arbitragem, colocando a responsabilidade integralmente nas mãos do clube e de seus atletas. Esse novo posicionamento de Abel Ferreira, que parece reforçar a narrativa de um Palmeiras prejudicado externamente, encontra resistência dentro da cúpula alviverde, que busca uma análise mais interna e focada na própria performance da equipe para corrigir os rumos e evitar novas decepções.
O Futuro da Relação Palmeiras x Abel Ferreira
A tensão entre as visões de Abel Ferreira e Leila Pereira levanta questionamentos sobre a continuidade da relação profissional. Enquanto o treinador demonstra desejo de seguir no clube e aponta fatores externos como justificativas para os resultados aquém do esperado, a presidente parece buscar uma liderança que assuma responsabilidades internas e promova uma reestruturação focada em melhorias internas. A temporada de insucessos, somada a divergências de discurso em momentos cruciais, pode moldar o futuro do comando técnico do Palmeiras. A forma como essas divergências serão tratadas nas próximas semanas definirá o rumo que o clube tomará para reconquistar a confiança da torcida e a hegemonia nas competições.

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