O Flamengo já tem o seu primeiro desafio definido na busca pela glória na Copa Intercontinental da FIFA 2025. No dia 10 de dezembro, às 14h (horário de Brasília), o Rubro-Negro carioca fará sua estreia na competição contra o Cruz Azul, atual monarca da Liga dos Campeões da Concacaf. Este confronto, que vale vaga nas semifinais, reacende o chamado “Dérbi das Américas”, um clássico que retorna ao cenário mundial com o novo formato do torneio. Enquanto o Mengão chega ao torneio com uma temporada recheada de 76 jogos, a imprensa mexicana destaca uma suposta vantagem do Cruz Azul: menor desgaste físico. Com apenas 54 partidas disputadas ao longo do ano, o clube da Cidade do México acredita ter uma oportunidade única para surpreender o campeão da Libertadores da América.
O Momento do Cruz Azul: Campeão Continental e Retorno ao Protagonismo
O Cruz Azul chega ao Mundial de Clubes com a moral elevada e uma rica história em sua trajetória. Conquistando a Concachampions pela sétima vez em sua história, a equipe goleou o Vancouver Whitecaps por 5 a 0 na grande final, igualando o América-MEX no topo do ranking de maiores vencedores do continente. No entanto, a rivalidade interna no México se mantém acirrada: “La Máquina” alcançou o mesmo número de títulos continentais que o América, mas ostenta um vice-campeonato a mais que seu arquirrival. O Cruz Azul é uma instituição tradicional no futebol mexicano, integrando o prestigiado “Big Four” do país, ao lado de América, Chivas e Pumas. Com sede na vibrante Cidade do México, o clube reencontrou o caminho das glórias sob uma gestão renovada e com um elenco que passou por significativas reformulações, mostrando que o protagonismo está de volta à sua essência.
Um Comandante Familiar aos Brasileiros
À frente do Cruz Azul está Nicolás Larcamón, um técnico argentino de 41 anos que já é uma figura conhecida no cenário futebolístico brasileiro. Em 2024, Larcamón comandou o Cruzeiro, mas sua passagem pelo clube mineiro foi breve. Após amargar a derrota na final do Campeonato Mineiro para o arquirrival Atlético-MG e ser surpreendentemente eliminado pelo Sousa-PB na Copa do Brasil, seu ciclo no Brasil chegou ao fim. Antes de sua experiência em terras brasileiras, Larcamón construiu uma carreira sólida e respeitável na Venezuela, Chile e, principalmente, no México. Foi nestas passagens que ele conquistou prestígio ao demonstrar uma notável habilidade em transformar elencos de médio porte em equipes com um futebol intenso, aguerrido e altamente competitivo, características que certamente buscará imprimir no Cruz Azul.
Elenco: Potência Coletiva, Jovens Apostas e Nomes de Destaque
O Cruz Azul pode não contar com grandes “medalhões” ou estrelas consagradas em seu elenco, mas o que o define é a força coletiva e a presença de jogadores jovens com potencial e nomes já conhecidos na América do Sul, incluindo o Brasil. A equipe aposta em uma mescla equilibrada entre promessas e atletas com passagens relevantes. Entre os destaques individuais, Larcamón conta com Luka Romero, um meia-atacante argentino apelidado de “novo Messi”, que se configura como uma das principais armas ofensivas do time. O polonês Mateusz Bogusz, com passagens pela seleção de seu país e que já atuou ao lado de Robert Lewandowski, tem demonstrado faro de gol e boas atuações na temporada. No meio-campo, o volante Érik Lira, avaliado em 8,5 milhões de euros, é o jogador mais valioso do elenco, conferindo solidez à equipe.
Além dos talentos em ascensão, o Cruz Azul conta com nomes que trazem a familiaridade com o futebol brasileiro. Lorenzo Faravelli, por exemplo, ficou conhecido como algoz recente de São Paulo e Corinthians em competições continentais. Ángel Sepúlveda já dividiu vestiário com lendas como Ronaldinho Gaúcho e jogadores de renome como Tiago Volpi e William no futebol mexicano. O atacante uruguaio Gabriel Fernández, com passagens por clubes tradicionais como Racing, Peñarol, e Celta de Vigo, além de uma ligação com Arrascaeta, adiciona experiência e qualidade ao setor ofensivo. O lateral Jorge Sánchez, peça fundamental na seleção mexicana e ex-ídolo do América antes de sua passagem pelo Ajax, traz solidez defensiva e experiência internacional. A estratégia de Larcamón parece clara: apostar na mobilidade ofensiva, na intensidade no setor de meio-campo e em um jogo reativo contra adversários considerados mais fortes, um modelo de jogo que o treinador conhece e domina muito bem.
Cenário Físico: A “Vantagem Abismal” Citada pela Imprensa Mexicana
A diferença significativa no número de jogos disputados ao longo da temporada é um ponto que a mídia mexicana tem enfatizado como uma clara vantagem para o Cruz Azul, apelidada de “vantagem abismal”. Especialmente diante de um adversário como o Flamengo, que chegará ao torneio com a maratona do Campeonato Brasileiro apenas três dias antes do início da Copa Intercontinental. Um precedente que serve de alerta é o caso do Botafogo em 2024, que, em situação semelhante, acabou eliminado pelo Pachuca. A expectativa é que o menor desgaste físico dos mexicanos possa se traduzir em maior frescor e energia em campo, fatores cruciais em um torneio de mata-mata de curta duração e alta intensidade como este.
O Caminho no Intercontinental
A trajetória de sucesso na Copa Intercontinental para os envolvidos promete ser árdua e cheia de desafios. O vencedor do confronto entre Flamengo e Cruz Azul terá pela frente, na semifinal, o Pyramids, do Egito. Essa equipe africana já demonstrou sua força ao eliminar adversários de peso como o Auckland City e o Al Ahli, provando que não será um adversário fácil de ser superado. O grande final de semana do torneio culminará com a grande decisão. O time que avançar deste duelo enfrentará o poderoso Paris Saint-Germain (PSG), campeão europeu e já garantido diretamente na final. A decisão do título está marcada para o dia 17 de dezembro, com a promessa de um espetáculo de futebol de alto nível.

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