O juiz Guilherme Eduardo Martins Kellner determinou a apreensão de telefones celulares de Alex Fernando André, o Alex Cassundé, empresário que intermediou o contrato de patrocínio entre o Corinthians e a casa de apostas VaideBet. A Polícia Civil de São Paulo investiga a possibilidade de que comissões pagas pelo clube tenham sido desviadas para empresas de fachada.
Cassundé deve depor nesta terça-feira na delegacia responsável pelo caso. Os investigadores afirmaram que relatório do COAF (Conselho de Controle de Atividades Financeiras) demonstrou que Cassundé movimenta altas quantias de dinheiro em espécie, “indicando possível ocorrência de manobras de lavagem de dinheiro”. O juiz também autorizou a quebra do sigilo dos dados telemáticos do empresário.
Cassundé é sócio da Rede Social Media Design, que intermediou o acordo do Corinthians com a VaideBet. Logo após receber parte da comissão que tinha direito, o empresário fez duas transferências que somam mais de R$ 1 milhão à Neoway, empresa que, segundo as investigações, é de fachada. A polícia ainda identificou outras três empresas relacionadas à Neoway com características que também indicam serem “fantasmas”.
O rompimento entre Corinthians e VaideBet
A suspeita de que valores relacionados ao patrocínio possam ter sido desviados fizeram com que a VaideBet anunciasse a rescisão do contrato com o Corinthians – o acordo de R$ 370 milhões era válido até o final de 2026.
A investigação
A Polícia abriu inquérito e busca esclarecimentos da denúncia feita pelo “Blog do Juca Kfouri” de que a Rede Social Media Design, empresa que intermediou o contrato de patrocínio, supostamente repassou parte do valor recebido em comissão a uma empresa “laranja”, chamada Neoway Soluções Integradas em Serviços Ltda.
A empresa “laranja”
A empresa Neoway Soluções Integradas em Serviços Ltda. está no nome de Edna Oliveira dos Santos, que nem sequer saberia da existência da mesma. Até o encerramento do acordo, duas parcelas de R$ 700 mil foram repassadas pelo clube para o intermediário que está registrado no contrato de patrocínio.
A rescisão do contrato
Na sexta-feira (7 de junho), a VaideBet optou por rescindir o contrato usando como argumento a cláusula anticorrupção. O vínculo entre Corinthians e VaideBet tinha validade até o fim de 2026 e previa o pagamento de R$ 370 milhões – o clube recebeu cerca de R$ 66 milhões desde janeiro.
Novos desdobramentos
A última atualização da Polícia indica a possibilidade de uma investigação paralela no caso, com a contratação até de um detetive particular. Adriana Ramuno, identificada primeiramente como “Ana” por Edna Oliveira dos Santos, citada como “laranja” na investigação, deu depoimento às autoridades na capital paulista.
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