A turbulência administrativa parece ser o tema central nos bastidores do Atlético Mineiro. Recentemente, o clube anunciou a saída de Bruno Muzzi do cargo de CEO da SAF alvinegra. A decisão, apurada por nossa equipe, foi motivada por um sentimento de “desgaste” e “cansaço” por parte do gestor, que vinha ponderando seu futuro no Galo desde a temporada passada. A saída de Muzzi marca o fim de um ciclo importante para a gestão do clube, que agora se prepara para um novo capítulo sob uma nova liderança, embora com um perfil de gestão que se mantém similar.
A notícia da partida de Bruno Muzzi repercutiu internamente, com fontes próximas à cúpula alvinegra descrevendo o executivo como um profissional que “sai pela porta da frente”, deixando um legado significativo para a estrutura da SAF. Muzzi esteve à frente de projetos cruciais, incluindo a construção da Arena MRV, e dedicou quase uma década ao clube, assumindo a posição de CEO da SAF em 2022. Sua formação em engenharia civil e seu perfil eminentemente administrativo o diferenciaram no ambiente do futebol, sendo ele o principal responsável pela área financeira e pela comunicação dos balanços e contas do Atlético, enfrentando os desafios de um clube com endividamento expressivo.
Mudanças Administrativas e o Futuro da SAF Alvinegra
A saída de Bruno Muzzi do posto de CEO da Sociedade Anônima do Futebol (SAF) do Atlético Mineiro não se deu de forma abrupta, mas sim como a conclusão de um processo de reflexão que se arrastava desde o ano anterior. Informações apuradas indicam que o gestor já manifestara o desejo de deixar o clube ao final de 2024, mas um esforço de convencimento o manteve no cargo por mais tempo. Contudo, o desgaste acumulado e o cansaço natural de uma gestão intensa acabaram por selar o fim de sua trajetória. Essa decisão administrativa, embora represente uma perda para a estrutura operacional da SAF, é vista por aqueles que trabalharam diretamente com ele como uma transição respeitosa, com o executivo deixando “um legado no clube”.
Muzzi, com sua formação em engenharia civil, trouxe para o Atlético um olhar predominantemente técnico e administrativo, distanciado do universo estritamente futebolístico. Durante sua gestão na SAF, iniciada em 2022, ele foi o pilar financeiro, responsável por apresentar à torcida e ao mercado os resultados econômicos do clube, em um período marcado por dívidas consideráveis e pela necessidade de reestruturação financeira. Sua experiência, que se estendeu por quase dez anos de dedicação ao Galo, desde os primórdios do projeto da Arena MRV, confere um peso significativo à sua saída, demandando um planejamento cuidadoso para a sucessão.
Desafios Financeiros e a Busca por Novos Horizontes
A gestão de Bruno Muzzi no Atlético Mineiro foi intrinsecamente ligada aos desafios financeiros que o clube enfrentou ao longo da temporada. O cenário de salários atrasados, cobranças públicas de outros clubes e atletas, e até mesmo ações judiciais por parte de jogadores do próprio elenco, como o caso de Rony, que buscou a rescisão contratual, foram alguns dos obstáculos que o CEO teve que contornar. A saída de Muzzi ocorre em um momento crucial para o planejamento da temporada de 2026, período em que as decisões sobre reforços, investimentos e o futuro do elenco, sob o comando do técnico Jorge Sampaoli, serão determinantes para o sucesso da equipe.
Paralelamente às questões internas, o Atlético também esteve envolvido em negociações importantes relacionadas aos direitos de transmissão. O clube optou por deixar a Libra e retornar à Liga Forte União, um movimento que envolveu a renegociação dos direitos de transmissão com a Sports Media Entertainment. Essa nova parceria prevê a aquisição de uma porcentagem desses direitos, com valores e prazos ainda não oficializados publicamente. Essa decisão estratégica demonstra a busca por soluções financeiras que impulsionem o clube, mesmo em meio às turbulências administrativas e aos desafios econômicos.
O Perfil do Sucessor: Continuidade na Gestão
A busca pelo substituto de Bruno Muzzi já está em andamento, e a direção do Atlético Mineiro tem um direcionamento claro quanto ao perfil do novo CEO. Segundo fontes ligadas ao clube, o sucessor de Muzzi deverá possuir um background técnico e administrativo, similar ao do atual CEO, com a característica de estar “fora do futebol”. Essa decisão sugere uma preferência pela continuidade no modelo de gestão, priorizando profissionais com expertise em áreas como finanças, planejamento estratégico e administração de empresas. O objetivo é manter a solidez e a organização da SAF, mesmo diante das constantes mudanças no universo esportivo.
A apuração indica que ainda não há um nome definido para assumir o posto. Um processo minucioso de avaliação será realizado, com a possibilidade de a escolha recair sobre um profissional externo ao Atlético. Bruno Muzzi, em sua fase de transição, será responsável por colaborar na passagem de bastão para o seu sucessor, que deverá ser oficialmente anunciado apenas em dezembro. Essa estratégia de sucessão planejada visa garantir uma transição suave e minimizar qualquer impacto negativo na estrutura e nos projetos em andamento da SAF alvinegra, assegurando que os desafios futuros sejam enfrentados com competência e profissionalismo.

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