No próximo domingo, o meio-campista Danilo, do Botafogo, terá um reencontro especial com suas origens. Nascido em Salvador, o jogador pisa profissionalmente na capital baiana pela primeira vez desde seu retorno ao Brasil. A partida em questão, válida pela 33ª rodada do Brasileirão, colocará o Botafogo frente a frente com o Vitória, com início marcado para as 16h (horário de Brasília). Para o camisa 35, a missão vai além dos objetivos coletivos do Glorioso na busca por uma vaga na próxima Libertadores da América. Ele almeja, principalmente, reconquistar sua melhor forma física e adquirir minutagem em campo, algo que tem sido um desafio em sua trajetória recente.
Contratado pelo Botafogo em julho de 2025, Danilo teve sua primeira passagem pelo clube interrompida após 11 jogos, quando precisou retornar ao departamento médico. Em 2024, uma fratura no tornozelo sofrida enquanto defendia o Nottingham Forest, da Inglaterra, o afastou dos gramados por longos seis meses. A sequência de problemas físicos, no entanto, não parou por aí. Já no Rio de Janeiro, o volante acumulou mais um período fora de combate, desta vez por pouco mais de um mês, devido a uma lesão na coxa esquerda, ocorrida durante a partida contra o Mirassol em setembro. Recuperado e à disposição do técnico, Danilo tem expressado seu desejo de engatar uma sequência de partidas e reencontrar o ritmo de jogo.
A Busca por Sequência e a Superação das Lesões
Em entrevista concedida ao ge e à TV Globo, Danilo desabafou sobre a frustração causada pelas lesões recorrentes e a dificuldade em manter uma sequência de atuações. Ele detalhou como as lesões, mesmo quando se está cuidando, parecem surgir de forma inesperada. “Tive uma lesão grave na temporada passada, lá na Inglaterra. Não pude ter sequência e agora tô conseguindo ter essa minutagem. Acho que vai me ajudar lá na frente”, comentou o jogador, demonstrando otimismo em relação ao futuro. Ele também ressaltou a imprevisibilidade do corpo humano: “Fiquei tranquilo, porque as lesões vão aparecer com você se cuidando ou não. Lógico que, se cuidando, você vai se lesionar menos. Mas vai aparecer, de algum modo. A lesão que eu tive (na coxa esquerda) foi assim… Estava tranquilo, bem, sentindo nada. Acabei sentindo a lesão, fiquei um período (ausente), voltei, depois fiquei fora de novo. Agora, graças a Deus, estou de volta”, relatou.
O Peso da Transferência e a Confiança no Potencial
Desde sua chegada ao Botafogo, Danilo manifestou o desejo de “honrar o dinheiro bem gasto do Textor”, proprietário da SAF alvinegra. Sua transferência se tornou a mais cara da história do clube carioca, com um investimento de 22 milhões de euros (equivalente a R$ 147 milhões na cotação da época). Apesar dos altos valores envolvidos, o jogador de 24 anos não demonstra receio. Pelo contrário, exibe uma forte confiança em seu próprio potencial e naquilo que já demonstrou em campo. “Eu confio muito em mim. O valor que foi pago é pelo que eu mostrei desde que surgi no futebol brasileiro e na Europa. Acho que, se eu continuar fazendo o que eu tenho feito em campo, isso (valor da transação) jamais vai me afetar fora de campo, quanto pagaram ou não. O importante é eu estar focado em trabalhar e ajudar o Botafogo a vencer”, declarou.
Danilo e a Mobilidade do Botafogo: Um Novo Estilo de Jogo
As expectativas iniciais sobre o desempenho de Danilo no Botafogo frequentemente remetiam ao debate sobre a necessidade de um substituto para Gregore, o volante conhecido por suas fortes características defensivas e que foi negociado com o Al-Rayyan, do Catar. No entanto, Danilo prega um conceito de jogo mais coletivo e móvel. Questionado sobre qual posição no meio-campo ele prefere atuar (5, 8 ou 10), o jogador mostrou versatilidade e foco no time: “O professor é quem escala. Nessas aí eu não tenho muito o que opinar. Graças a Deus, consigo jogar bem nas três posições (do meio-campo) mas é a opção do professor. Onde ele me colocar, vou estar preparado para ajudar o Botafogo. Sem preferência. Estando entre os 11, tá bom”, afirmou com bom humor.
Ele também analisou o estilo de jogo do Botafogo sob o comando do técnico Davide Ancelotti, destacando a evolução e a mobilidade da equipe. “Acho que, quando o Botafogo ganhou a Libertadores e o Brasileiro, até os próprios jogos no Mundial, era um estilo de jogo diferente. Acho que o treinador que estava antes era diferente. Agora, com o professor Ancelotti, é um time que propõe bem mais o jogo, temos bem mais mobilidade nesse ano com as peças que temos no meio. Claro, não temos um pegador igual ao Gregore no meio”, ponderou. Danilo complementou, ressaltando que a força do time reside na coletividade: “Mas temos vários jogadores que sabem jogar com a bola no pé. Acho que a marcação, se a gente não tiver uma pressão dos 11, não vai adiantar nada ter um “pitbull” lá atrás. No Palmeiras, a gente não tinha. Tínhamos os 11 que marcavam e atacavam. Sobre (a ausência) do “pitbull”, acho que no elenco a gente superou. É só pegar o jogo contra o Vasco. Os 11 marcando e jogando ao mesmo tempo. Mudou por causa do elenco e do treinador que tinha antes para agora.”
Botafogo Busca Consolidação no G-5
Atualmente, o Botafogo ocupa a sexta colocação na tabela de classificação do Campeonato Brasileiro, com 51 pontos. Uma vitória contra o Vitória neste domingo seria crucial para os planos do Glorioso. O triunfo permitiria que a equipe comandada por Davide Ancelotti entrasse de vez no G-5, posição que garante a classificação direta para a fase de grupos da Copa Libertadores da América. A oportunidade se torna ainda mais palpável considerando que Internacional e Bahia, rivais diretos na briga pela vaga, empataram suas partidas no sábado, abrindo a possibilidade de ultrapassagem para o alvinegro carioca em caso de resultado positivo.

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