O gramado de São Januário foi palco de mais um capítulo tenso no Campeonato Brasileiro de 2025. Na 31ª rodada, o Vasco da Gama enfrentou o São Paulo em uma partida que, além do placar desfavorável, trouxe consigo uma preocupação crescente para a comissão técnica: a condição física de um de seus pilares no meio de campo. A derrota por 2 a 0 para os paulistas marcou não apenas mais um revés na campanha carioca, mas também um incidente que pode impactar os planos do treinador para os próximos compromissos cruciais.
O volante do Vasco, que se tornou peça fundamental no esquema tático da equipe desde seu retorno, deixou o estádio visivelmente abalado e com dificuldades de locomoção. A lesão ocorreu durante o primeiro tempo, em uma disputa de bola que resultou em um choque forte com um jogador adversário. Apesar de ter tentado seguir em campo, as dores se mostraram insuportáveis, culminando em sua substituição na segunda etapa e em uma saída mancando de São Januário, gerando apreensão sobre sua participação em um iminente clássico.
O Incidente em Campo e a Luta Contra a Dor
O lance que culminou na lesão do volante vascaíno aconteceu aos 34 minutos do primeiro tempo, em uma disputa de bola no meio de campo. Em um choque acidental, o jogador do São Paulo atingiu a perna direita do volante do Vasco com um impacto considerável, exatamente na região acima do tornozelo. O impacto foi forte o suficiente para que o jogador acusasse dor imediatamente, caindo no gramado e necessitando de atendimento médico. Ele permaneceu deitado por cerca de dois minutos, sendo avaliado pela equipe de fisioterapia.
Apesar da gravidade aparente do choque, o volante tentou permanecer em campo para finalizar o primeiro tempo. No entanto, a dor persistiu e se tornou evidente em seus movimentos. No intervalo, houve uma tentativa de amenizar o desconforto com tratamento de gelo e uma injeção analgésica, visando minimizar a inflamação e permitir que ele continuasse jogando. Contudo, o efeito foi limitado, e a dor se mostrou um obstáculo intransponível.
A Decisão da Substituição e as Justificativas do Treinador
A saída do volante do campo aconteceu aos 12 minutos do segundo tempo, demonstrando a impossibilidade de continuar suportando a dor. A decisão de substituí-lo não se deu apenas pela lesão, como explicou o treinador. Ele revelou que já considerava fazer alterações táticas na equipe, especialmente após o gol sofrido no final da primeira etapa. A ideia era lançar mais jogadores ofensivos em campo para tentar reverter o placar.
“Ele teve um entorse no primeiro tempo, fez gelo no intervalo. Mas não foi (a substituição) só por conta disso. Tinha dúvida sobre tirá-lo ou o Tchê Tchê. O Tchê Tchê de cinco ia dar mais serenidade no jogo, e o Barros com entorse talvez não aguentasse terminar o jogo”, declarou o comandante, indicando que a necessidade de manter o controle do meio de campo com um jogador mais experiente e a crescente dificuldade do volante lesionado foram fatores determinantes para a troca.
Preocupação para o Clássico e o Impacto na Titularidade
Com a lesão, o volante se torna uma grande preocupação para o próximo compromisso do Vasco: o clássico contra o Botafogo, que acontecerá no Nilton Santos. A avaliação da gravidade da entorse e a recuperação serão acompanhadas de perto até a véspera da partida. Sua ausência seria um desfalque considerável, visto que ele se consolidou como uma peça-chave no esquema tático da equipe, oferecendo intensidade e solidez ao meio de campo.
Vale ressaltar que a derrota para o São Paulo marca um ponto de inflexão em uma sequência invicta pessoal do volante quando ele era titular. Desde seu retorno de empréstimo, o jogador não havia conhecido o sabor da derrota em nenhuma das 11 partidas que iniciou como titular. Essa invencibilidade, composta por sete vitórias e quatro empates, demonstra o impacto positivo de sua presença em campo.
A Trajetória de Ascensão e a Importância do Volante
A ascensão do volante à titularidade não foi obra do acaso. Ele assumiu essa responsabilidade justamente no confronto de ida das quartas de final da Copa do Brasil contra o próprio Botafogo. A partir dali, sua atuação foi fundamental para equilibrar o meio de campo vascaíno, proporcionando uma marcação mais forte e uma intensidade que se tornou marca registrada da equipe. Sua chegada ao time coincidiu com uma notável sequência de bons resultados para o Gigante da Colina a partir de setembro, consolidando-o como um jogador de extrema relevância para as pretensões do clube.
A perda de um jogador com essas características, especialmente em um momento tão decisivo da temporada e às vésperas de um confronto de tamanha rivalidade, é um cenário que a torcida e a comissão técnica esperam que não se concretize. A capacidade de recuperação e o trabalho de reabilitação serão cruciais nas próximas horas para determinar se o volante poderá, de alguma forma, contribuir para o Vasco no clássico.

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