O Botafogo desperdiçou mais uma oportunidade de se aproximar da zona de classificação para a Copa Libertadores da América, ao empatar em casa com o Santos pelo placar de 2 a 2. A partida, válida pela 30ª rodada do Campeonato Brasileiro de 2025, realizada no Estádio Nilton Santos, viu o Glorioso sair na frente em duas ocasiões, mas não conseguiu segurar a vantagem, aumentando a distância para o G-4.
O cenário pós-jogo deixou um sabor amargo para a torcida alvinegra. Apesar de ter criado as melhores chances e demonstrado um volume ofensivo considerável, com 15 finalizações em direção ao gol santista e maior posse de bola (53%), o Botafogo não conseguiu converter essa superioridade em vitória. A equipe agora se vê com oito pontos de desvantagem para o quarto colocado, o Mirassol, seu próximo adversário, e foi ultrapassada pelo Bahia na tabela de classificação.
Volta de Peças Chave e o Desempenho Individual
A presença de jogadores importantes em campo foi um dos fatores que contribuíram para a atuação mais consistente do Botafogo em determinados momentos. O volante Danilo, que estava afastado por lesão muscular há cerca de um mês, retornou e mostrou que sua ausência fez falta. Ao lado de Marlon Freitas, que cumpriu suspensão e também retornou, a dupla deu mais fluidez e dinamismo ao meio-campo, evitando que o ataque ficasse isolado.
No setor ofensivo, o argentino Joaquín Correa foi o grande nome da partida, finalmente desencantando com dois gols. O primeiro saiu logo aos 22 segundos de jogo, em uma jogada que começou com um belo drible de Danilo e um passe preciso de Jeffinho. O segundo gol de Correa também foi marcado pelo lado direito, com um chute colocado que não deu chances ao goleiro santista. A performance de Correa foi um alento para o ataque alvinegro, que busca maior consistência na reta final da temporada.
Controvérsias Táticas e a Defesa Santista
Apesar dos momentos de brilho individual, a partida também expôs algumas dúvidas táticas. A escalação de Newton na zaga, improvisado por opção do treinador italiano, gerou debate. Embora o jogador tenha tido uma atuação regular, a escolha por um atleta fora de sua posição de origem em um momento crucial levantou questionamentos, especialmente considerando a disponibilidade de outros defensores. O gol santista, inclusive, surgiu de uma bola cruzada na área onde Newton tentou afastar, mas a bola sobrou para Souza descontar, evidenciando a dificuldade em recompor a defesa.
O goleiro santista, Brazão, também se destacou com boas defesas, impedindo que o placar fosse ainda mais elástico a favor do Botafogo. A imposição do time carioca em criar chances de gol contrasta com a falta de efetividade em momentos decisivos. O Santos, por sua vez, mostrou resiliência e soube aproveitar as oportunidades que teve, especialmente em jogadas de bola parada.
O Empate e a Desilusão na Reta Final
Após Correa colocar o Botafogo em vantagem novamente, o Santos buscou o empate através de um pênalti. Vitinho cometeu a infração em Souza, e Barreal converteu, decretando o placar final de 2 a 2. Na reta final do confronto, o Botafogo pareceu sentir o desgaste físico. As substituições realizadas pelo treinador, em sua maioria de posição por posição, não alteraram a dinâmica da equipe, que perdeu fôlego e clareza nas tomadas de decisão ofensivas.
Savarino entrou em campo buscando dar uma nova cara ao ataque, mas o time, como um todo, esbarrou na dificuldade de manter a intensidade e a precisão. Alex Telles, que retornou após um período de recuperação, teve uma chance de marcar, mas a finalização saiu para fora. A frustração foi palpável, e ao apito final, vaias ecoaram no Nilton Santos, refletindo a insatisfação da torcida com o resultado e o distanciamento da meta de se classificar para a Libertadores.
O Caminho Restante e a Luta por Vagas Continentais
A partir de agora, o Botafogo entra em uma fase decisiva onde não depende mais apenas de seus próprios resultados. A missão de alcançar o G-4 torna-se ainda mais árdua, exigindo vitórias contra adversários diretos. O próximo desafio será justamente contra um desses concorrentes: o Mirassol, no próximo sábado, fora de casa. O confronto entre o quarto e o sexto colocado, separados por apenas oito pontos, promete ser um embate de tirar o fôlego.
A equipe alvinegra demonstrou em vários momentos que possui capacidade de criar e dominar jogos, mas a falta de eficiência e equilíbrio continua sendo um entrave. Para seguir sonhando com uma vaga na Copa Libertadores, o Botafogo precisará transformar suas boas atuações em vitórias contundentes, mostrando maior maturidade e poder de decisão nos momentos cruciais. A reta final do Campeonato Brasileiro promete fortes emoções, e o Glorioso terá que encontrar as respostas que faltaram neste último embate para reverter a situação.

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