A gestão do São Paulo Futebol Clube tem se movimentado intensamente nos bastidores, focando não apenas nos desafios do presente, mas também em um planejamento estratégico e financeiro robusto para o futuro, com miras em 2026. Uma figura central nesse processo é Márcio Carlomagno, o novo superintendente geral do clube, que assume um papel crucial na administração e no planejamento orçamentário do futebol. A chegada de Carlomagno ao Centro de Treinamento da Barra Funda sinaliza uma nova fase para o Tricolor Paulista, marcada pela busca por equilíbrio financeiro e solidez administrativa, sem que isso interfira diretamente nas decisões técnicas em campo.
Márcio Carlomagno: O Braço-Direito de Casares e Seus Planos para o Futuro do Tricolor
Em meio a um cenário de turbulência técnica e financeira que tem desafiado o São Paulo, o presidente Julio Casares apresentou um reforço estratégico de peso. Longe das quatro linhas, Márcio Carlomagno assume a superintendência geral do clube, uma função que demandará um olhar aguçado para a gestão, o planejamento estratégico e, especialmente, o orçamento para a temporada de 2026. Sua presença no CT da Barra Funda não é apenas simbólica; representa um aprofundamento do seu envolvimento com a administração do futebol, visando a sustentabilidade e o crescimento do Tricolor.
Carlomagno, antes uma figura mais discreta nos holofotes, tem uma longa e dedicada trajetória dentro do São Paulo. Com formação em Direito e um MBA em Gestão de Projetos, o dirigente, de 44 anos, acumula 21 anos de contribuições ao clube. Sua experiência profissional, que inclui passagens por empresas do setor de suplementos alimentares e consultorias, foi paralelamente construída com diversas funções dentro do universo são-paulino. Em seu currículo profissional, Carlomagno já atuou como assessor de futebol social, administrador de estádio, diretor de planejamento e desenvolvimento, e assessor da presidência em diferentes gestões, incluindo as de Carlos Miguel Aidar, Carlos Augusto de Barros e Silva (Leco) e o atual presidente Julio Casares. Essa diversidade de cargos reflete um conhecimento abrangente das necessidades e estruturas do clube.
A Ascensão de Carlomagno e Sua Influência nos Bastidores Tricolores
A influência de Márcio Carlomagno no São Paulo não é recente. Sua trajetória política no clube começou em 2014, quando foi eleito suplente do Conselho Deliberativo, na mesma chapa que elegeu Carlos Miguel Aidar como presidente. Pouco tempo depois, consolidou sua posição como conselheiro. Em 2020, uma mudança no estatuto do clube o levou a renunciar às suas funções políticas para assumir um cargo remunerado, marcando um ponto de virada em sua carreira dentro da diretoria.
Como funcionário, Carlomagno desempenhou um papel fundamental na discussão e implementação do Fundo de Investimento em Direitos Creditórios (FIDC), uma iniciativa que demonstra sua capacidade de atuar em áreas financeiras complexas. Sua proximidade com o presidente Julio Casares o tornou um conselheiro confiável e um aliado estratégico nas decisões importantes. Essa ascensão é vista por muitos como um reflexo direto de sua dedicação e de sua visão para o futuro do clube, culminando em sua nomeação como superintendente geral, um cargo que evidencia a confiança depositada em sua capacidade de liderança e gestão.
O Palco Político: Carlomagno e Belmonte, Aliados e Potenciais Rivais em 2026
Um dos aspectos mais intrigantes da atual conjuntura são-paulina reside na dinâmica entre Márcio Carlomagno e Carlos Belmonte, o atual diretor de futebol do clube. Embora compartilhem o mesmo espaço físico no CT da Barra Funda e trabalhem em conjunto em prol dos objetivos esportivos, o futuro político do São Paulo pode colocá-los em lados opostos. Ambos são vistos como potenciais candidatos à presidência nas eleições de 2026, representando grupos da mesma corrente política que apoia Julio Casares.
A decisão oficial sobre quem será o candidato a suceder Casares foi adiada para março do próximo ano, mas os bastidores já fervilham com movimentações e articulações políticas. A tendência atual é que um não apoie o outro em uma eventual candidatura presidencial. No entanto, o cenário ainda é fluido, e nenhuma decisão definitiva foi tomada. Essa dualidade entre colaboração presente e potencial rivalidade futura adiciona uma camada de complexidade à gestão e ao planejamento do clube, especialmente quando se considera que ambos são peças-chave no planejamento de 2026.
A Visão de Carlomagno: Gestão Administrativa e Equilíbrio Financeiro como Pilares
Márcio Carlomagno fez questão de esclarecer que sua atuação no CT da Barra Funda será pautada pela gestão e pelo planejamento, sem jamais interferir nas decisões técnicas do futebol. Seu foco é oferecer suporte administrativo e financeiro, buscando o equilíbrio orçamentário sem comprometer a qualidade do elenco. “Minha contribuição não passa por interferir em decisões de campo, que são exclusivas dos profissionais da área técnica. O que procuro é oferecer suporte de gestão, planejamento e equilíbrio, especialmente em momentos que exigem serenidade diante de pressões emocionais”, explicou Carlomagno.
Ele enfatiza a importância da solidez administrativa para o desempenho esportivo. “O futebol é o centro da atividade do São Paulo, mas o desempenho esportivo depende, em grande parte, da solidez administrativa. Por isso, o foco é trabalhar com diretrizes claras e metas bem definidas. O resultado em campo importa, claro, mas ele deve ser consequência de um planejamento bem executado”, complementou o superintendente. Sua visão aponta para uma abordagem integrada, onde a excelência na gestão financeira e administrativa serve de alicerce para as conquórias esportivas.
Efeitos Políticos da Movimentação de Carlomagno no CT
A presença intensificada de Márcio Carlomagno no CT da Barra Funda não passou despercebida nos corredores políticos do São Paulo. Para alguns críticos, essa movimentação é vista como um movimento que enfraquece Carlos Belmonte, direcionando mais poder para um aliado direto do presidente Julio Casares. Apesar disso, a relação de trabalho entre ambos permanece cordial no dia a dia, com Belmonte mantendo suas atribuições como diretor de futebol.
A relação entre Casares e Belmonte, que já foi de forte aliança política, tem mostrado sinais de distanciamento nos últimos meses. Um dos pontos de discórdia mais notórios é a criação de um Fundo de Investimento em Participações (FIP) para Cotia, iniciativa que conta com o entusiasta apoio do presidente e de Carlomagno, mas à qual Belmonte se opõe. Essa divergência reflete a complexidade das articulações políticas que moldam o futuro da diretoria são-paulina, com dois importantes dirigentes se posicionando de maneiras distintas em relação a projetos estratégicos para o clube.
É importante ressaltar que, no momento, o cargo de superintendente geral não permite que Carlomagno concorra à presidência. Para tal, ele precisaria ser eleito conselheiro na eleição do próximo ano e, posteriormente, renunciar ao seu cargo remunerado. Esse é mais um elemento a ser observado na dinâmica política do clube, a pouco mais de um ano da definição dos rumos da gestão do São Paulo para os próximos triênios.

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