O futuro de Fabinho Soldado no Corinthians está em xeque, com conselheiros expressando descontentamento devido aos altos custos de sua remuneração e à atuação na janela de transferências. Apesar da pressão, o executivo conta com o apoio irrestricto do presidente Osmar Stabile, que o liberou para iniciar o planejamento da próxima temporada. Soldado, por sua vez, rechaça a ideia de desconforto, ressaltando seu entusiasmo e a autonomia concedida pela diretoria para buscar reforços e dar suporte à comissão técnica.
Fricção Interna no Parque São Jorge
A gestão do futebol no Corinthians tem sido palco de intensas discussões internas, especialmente no que diz respeito à figura de Fabinho Soldado. O executivo, que ocupa uma posição estratégica na diretoria de futebol, vem enfrentando questionamentos por parte de importantes conselheiros do clube. A principal fonte de atrito reside na elevada quantia salarial que Soldado aufere atualmente, um valor que tem sido considerado excessivo em meio à severa crise financeira que assola o alvinegro paulista. Relatos indicam que sua remuneração é aproximadamente dez vezes superior àquela que recebia em sua passagem anterior pelo Flamengo, um dado que agrava o sentimento de insatisfação entre aqueles que fiscalizam as contas do clube.
Para além da questão salarial, a atuação de Fabinho Soldado durante a última janela de transferências também gerou incômodo. Conselheiros apontam uma movimentação considerada discreta e, talvez, pouco eficaz, que antecedeu as punições impostas pela FIFA, conhecidas como “transfer ban”, decorrentes do atraso no pagamento de dívidas relacionadas à aquisição de atletas. Essa combinação de fatores tem alimentado um clima de apreensão em relação à sua permanência no clube para o próximo ano, levantando dúvidas sobre a continuidade de seu trabalho e o impacto de suas decisões nas finanças e no desempenho esportivo do Corinthians.
Um Cenário Financeiro Delicado
A situação financeira do Corinthians é um dos pontos mais críticos a serem abordados quando se discute a gestão do futebol e a posição de seus executivos. Atualmente, o clube acumula um passivo impressionante, estimado em cerca de R$ 2,7 bilhões. Esse endividamento colossal impõe desafios monumentais para a diretoria, que precisa encontrar soluções sustentáveis para honrar seus compromissos e, ao mesmo tempo, investir na formação e aquisição de atletas que possam elevar o patamar técnico da equipe. Nesse contexto, a remuneração de altos executivos, como Fabinho Soldado, torna-se um alvo natural de críticas e análises rigorosas por parte dos órgãos de governança.
Apesar do cenário financeiro adverso e das críticas direcionadas a sua gestão, Fabinho Soldado tem demonstrado um certo grau de blindagem interna. O presidente Osmar Stabile tem manifestado confiança em seu trabalho, o que tem sido um fator crucial para a manutenção do executivo em seu cargo. Essa proteção presidencial, inclusive, já permitiu que Soldado avançasse no planejamento para a próxima temporada. A autorização para monitorar o mercado em busca de oportunidades de reforço e qualificação para o elenco indica que, para a cúpula corintiana, o executivo ainda é visto como uma peça fundamental para a construção do futuro da equipe.
A Voz do Executivo em Meio às Dúvidas
Em meio à tempestade de questionamentos e especulações sobre seu futuro, Fabinho Soldado se pronunciou publicamente sobre a pressão que vem enfrentando. Durante um evento realizado na sede da Confederação Brasileira de Futebol (CBF), onde foram definidos os mandos de campo para as semifinais da Copa do Brasil, o executivo buscou dissipar qualquer impressão de desconforto. Segundo ele, a escuta de comentários e opiniões divergentes faz parte do ambiente do futebol, algo que ele tem presenciado desde que assumiu suas funções no Parque São Jorge.
“Desconfortável, em momento algum. Desde que cheguei ao Corinthians, a gente escuta algum tipo de comentário”, declarou Soldado, enfatizando sua resiliência e o foco em suas responsabilidades. Ele reiterou seu entusiasmo com o projeto e sua dedicação em prol do clube. “Mas sigo muito entusiasmado. Enquanto eu tiver autonomia para trabalhar, vou me dedicar ao máximo. O que me importa é dar respaldo ao treinador e aos atletas para que consigam evoluir com tranquilidade e segurança”, completou, ressaltando a importância de um ambiente propício para o desenvolvimento da equipe.
Autonomia e Alinhamento Direto com a Presidência
Reconhecendo que sua atuação no Corinthians se estende por quase dois anos, Fabinho Soldado fez questão de detalhar as ações que vêm sendo implementadas visando o progioso do clube. Ele destacou a realização de diversas iniciativas, embora não tenha especificado quais, que buscam fortalecer a estrutura e a competitividade da equipe. A menção à autonomia concedida pelo presidente Osmar Stabile foi um ponto central em sua fala, evidenciando a forte relação de confiança e a linha direta de comunicação entre ambos.
“Faz quase dois anos que estou no clube, foram feitas diversas ações para que o Corinthians continue a evoluir. O presidente Osmar tem me dado total autonomia para trabalhar. O meu alinhamento é muito direto com ele”, afirmou Soldado, em uma clara demonstração de que suas decisões e estratégias estão alinhadas com a visão da alta cúpula corintiana. Essa declaração busca reforçar a ideia de que, apesar das pressões externas e internas, o executivo segue com o respaldo necessário para conduzir o planejamento e as operações do futebol, com o objetivo de recolocar o Corinthians em seu devido lugar no cenário nacional e internacional.

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