A derrota do Fluminense para o Vasco no clássico realizado no Maracanã acirrou os ânimos no cenário político do clube. Celso Barros, figura proeminente da oposição e pré-candidato à presidência, utilizou suas redes sociais para emitir fortes críticas tanto ao técnico Fernando Diniz quanto à atual gestão encabeçada por Mário Bittencourt. As declarações de Barros, repletas de indignação e ironia, repercutiram entre a torcida tricolor e o ambiente interno do clube, trazendo à tona questionamentos sobre o desempenho técnico e a conduta dos comandantes da equipe.
Críticas contundentes de Celso Barros a Fernando Diniz
A insatisfação de Celso Barros se manifestou de maneira veemente após o resultado negativo diante do rival. O pré-candidato à presidência do Fluminense não poupou palavras ao desferir ataques contra o trabalho e a postura de Fernando Diniz. Segundo Barros, a atitude do treinador ao final da entrevista coletiva pós-jogo foi inaceitável e desrespeitosa para com a massa tricolor. O técnico Fernando Diniz, no encerramento da coletiva após o jogo em que fomos derrotados pelo Vasco, mandou os torcedores do Flu literalmente tomarem no C#! Que vergonha, hein, Mário? E pensar que você chorou intensamente quando o mandou embora”, escreveu o ex-dirigente em uma de suas postagens, evidenciando seu descontentamento com a forma como o treinador lidou com a frustração da derrota.
Ainda no âmbito das críticas à figura de Diniz, Celso Barros buscou minar a credibilidade do trabalho do técnico, elencando um histórico de passagens por outros clubes que, em sua visão, não obtiveram sucesso expressivo. “Deixa eu te dizer uma coisa, Diniz! Pra mim, você é um técnico bem fraquinho. Quase rebaixou o Flu em 2019 e novamente em 2024. Suas passagens por Vasco, Santos, Athletico Paranaense e Cruzeiro não tiveram nenhum mérito nem longevidade. E ainda houve o enorme fracasso na Seleção Brasileira!”, disparou o oposicionista, tentando desqualificar a capacidade técnica do comandante tricolor com base em seu retrospecto anterior.
A ironia também marcou as declarações de Barros em relação à conquista da Copa Libertadores em 2023. Para o pré-candidato, o título continental foi um golpe de sorte para Diniz, e não fruto de um trabalho bem executado. “Em 2023, Deus olhou para você e pensou: ‘como esse rapaz não vai ganhar nada, vou dar uma forcinha e entregar para ele uma Libertadores’. Foi um presente divino, porque mérito mesmo passou longe”, comentou, sugerindo que o sucesso alcançado não foi merecido. Essa visão busca enfraquecer a narrativa de um trabalho consistente e vitorioso, característica fundamental na disputa política interna do clube.
A relação entre Mário Bittencourt e Fernando Diniz sob os holofotes
Celso Barros não se limitou a criticar Fernando Diniz, mas também direcionou suas observações para o presidente Mário Bittencourt, questionando a parceria entre ambos. A reação do presidente diante das declarações de Diniz após a derrota também foi alvo de escrutínio. Barros ironizou a postura de Bittencourt, sugerindo que ele demonstra conivência com as atitudes do treinador. “Segura esse TOC TOC para você!”, declarou o ex-dirigente, fazendo alusão a uma expressão frequentemente utilizada por Diniz, insinuando que Bittencourt compartilha de uma mentalidade ou abordagem que Barros considera problemática. Essa fala demonstra a tentativa de vincular o presidente aos atos do técnico, buscando desgastar a imagem da atual administração.
A postura de Mário Bittencourt em relação ao descontentamento da torcida após a derrota também foi criticada. Celso Barros ressaltou a ausência de um pronunciamento oficial por parte do presidente, o que, em sua opinião, agrava a sensação de descaso com os torcedores. “O Mário sendo o Mário! Mais uma vez, o torcedor tricolor termina o dia envergonhado com a postura e os resultados do seu clube”, lamentou, pintando um cenário de frustração generalizada sob a gestão atual. A falta de uma resposta oficial, nesse contexto, pode ser interpretada como uma omissão ou uma falta de iniciativa em gerenciar a crise de imagem e desempenho.
Análise das contratações e o desempenho de jogadores específicos
O escrutínio de Celso Barros se estendeu também às decisões tomadas por Fernando Diniz no que diz respeito às escalações e contratações. O lateral-esquerdo Renê, recém-chegado ao clube vindo do Internacional, foi um dos jogadores mencionados nas críticas. Barros questionou a escolha de Diniz em escalar o jogador, especialmente em um clássico de tamanha relevância. “Renê brilhou em algumas atuações e acabou contratado pelo Flu. Até aí tudo bem, mas não precisava colocar ele para jogar”, afirmou o pré-candidato, insinuando que a contratação não se justificou pela sua utilização em campo e que outros atletas poderiam ter sido opções mais adequadas. A menção a Enner Valencia, ex-colega de Renê no clube gaúcho, também pode ter o intuito de reforçar a ideia de que Diniz estaria apostando em jogadores com um histórico questionável ou que não agregariam o valor esperado.
Essas observações sobre as contratações e o desempenho individual de jogadores demonstram uma tentativa de Celso Barros de detalhar suas críticas, indo além das questões táticas e comportamentais. Ao focar em decisões específicas de escalação e contratação, ele busca apresentar uma visão mais abrangente das falhas que, em seu ponto de vista, permeiam o trabalho da comissão técnica e da diretoria. A estratégia visa fornecer argumentos concretos para justificar a insatisfação e embasar a campanha oposicionista, reforçando a ideia de que uma nova liderança traria consigo uma gestão mais assertiva e competente no futebol.
Um cenário de tensão política e esportiva no Fluminense
A conjuntura pós-clássico revela um Fluminense em meio a uma turbulência que transcende as quatro linhas do campo. As declarações de Celso Barros ecoam a insatisfação de uma parcela da torcida que se vê representada por sua oposição. A derrota para o Vasco, por si só um resultado doloroso, serviu como catalisador para a manifestação de descontentamentos pré-existentes, tanto com o desempenho técnico quanto com a condução política e administrativa do clube. A relação entre o técnico Fernando Diniz, a diretoria de Mário Bittencourt e a oposição se configura em um palco de disputa acirrada, onde cada resultado e cada declaração ganham contornos de estratégia para influenciar o futuro do Tricolor Carioca.
A postura de Diniz ao final da partida, que gerou forte reação em Barros, e a subsequente falta de um pronunciamento mais enfático de Mário Bittencourt, alimentam o debate sobre a gestão de crises e a comunicação com o torcedor. Em um clube com a magnitude do Fluminense, a transparência e a capacidade de resposta em momentos delicados são cruciais para manter a união e a confiança da massa que acompanha o time. As críticas de Barros, embora contundentes, também podem ser vistas como um reflexo da busca por uma alternativa que ofereça um caminho mais promissor para o futuro do clube, especialmente em um momento de resultados adversos e questionamentos sobre a identidade e a competitividade da equipe.

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