A temporada de 2025, embora ainda em curso, já se configura como um marco na trajetória de Rodriguinho, o jovem meia de 21 anos do São Paulo Futebol Clube. Neste ano, o camisa 15 superou significativamente sua marca anterior de jogos, atingindo 28 partidas, o que representa o dobro do que havia acumulado em sua curta carreira até janeiro. Apesar do aumento notável na frequência em campo, os números de participação em gols permanecem abaixo das expectativas para um jogador com o status e a projeção que lhe foram atribuídos, gerando um debate sobre seu futuro e o planejamento estratégico do Tricolor Paulista para as próximas janelas de transferências e a temporada de 2026.
A Ascensão e o Desafio da Consistência
Rodriguinho foi alçado aos profissionais do São Paulo em 2022, pelas mãos de Rogério Ceni, fazendo sua estreia aos 18 anos e rapidamente mostrando lampejos de seu potencial. Seu primeiro gol pela equipe principal foi memorável, marcando em uma goleada por 4 a 1 sobre a Universidad Católica, no próprio MorumBis, em partida válida pela Copa Sul-Americana, um momento que acendeu a esperança da torcida em mais uma promessa de Cotia. Até o momento, o jovem meia acumula 52 jogos pelo clube, com dois gols e três assistências em seu currículo. A campanha de 2025 prometia ser a da sua consagração, com uma sequência inédita de oportunidades para demonstrar seu valor e solidificar-se como peça chave no esquema tático do treinador Crespo, que tem lhe dado respaldo mesmo nos momentos mais desafiadores.
Queda de Rendimento e o Peso da Camisa 15
Contrariando as expectativas criadas pelo volume de jogos, a performance de Rodriguinho em 2025 tem sido motivo de preocupação para a diretoria e a comissão técnica do São Paulo. Com apenas um gol marcado e duas assistências registradas nesta temporada, a última delas datando de 9 de agosto, em uma vitória por 2 a 0 contra o Vitória no MorumBis, o jogador enfrenta um período de clara estagnação em sua produtividade ofensiva. Nos mais de dois meses seguintes àquela assistência, ele esteve presente em doze confrontos da equipe, sendo titular em nove deles e entrando no decorrer de outros três, o que evidencia sua importância dentro do elenco, mas também ressalta a falta de impacto direto nos placares. Essa queda nítida de rendimento ocorre justamente em um momento crucial, onde, devido aos problemas físicos enfrentados por Oscar – que acumulou lesões nas vértebras e na panturrilha –, Rodriguinho foi promovido ao posto de principal meia de criação do time, uma responsabilidade significativa que ele ainda busca traduzir em resultados concretos no campo de jogo.
O Impasse Contratual e o Futuro no MorumBis
A performance recente de Rodriguinho tem tido um impacto direto nas conversas sobre sua renovação contratual, um tema de grande relevância para o planejamento financeiro e esportivo do São Paulo FC. O contrato do meia com o Tricolor Paulista se estende até 31 de dezembro de 2026, o que significa que, a partir de meados do próximo ano, ele estará apto a assinar um pré-contrato com qualquer outra agremiação, sem custos de transferência para o São Paulo. Geralmente, clubes com uma política de valorização e venda de seus talentos iniciam as negociações de renovação com bastante antecedência para evitar essa situação, que pode levar à perda do jogador ou a negociações menos vantajosas. Contudo, apurações recentes indicam que as conversas para a extensão do vínculo de Rodriguinho estão paradas, sem qualquer sinal de avanço ou novidades. Essa inércia nas negociações levanta questões sobre o futuro do jogador no MorumBis e sobre a estratégia da diretoria diante de um ativo que já foi considerado uma das maiores promessas de venda do clube.
Da Grande Venda Esperada à Incógnita no Mercado
Em um passado não muito distante, mais precisamente até o mês anterior, havia uma expectativa informal dentro da diretoria do São Paulo de que Rodriguinho seria a próxima grande joia a ser negociada, com cifras que poderiam oscilar entre 25 e 30 milhões de euros. O clube detém 90% dos direitos econômicos do jogador, o que representaria um aporte financeiro robusto para os cofres tricolores, essencial para a saúde financeira e para futuros investimentos no elenco. A projeção era de uma negociação em uma das próximas janelas de transferências. No entanto, a recente queda de desempenho e a paralisação das conversas contratuais transformaram essa projeção otimista em uma verdadeira incógnita no mercado da bola. A ausência de gols e assistências por um longo período, combinada com a proximidade da data em que ele poderá assinar um pré-contrato, podem desvalorizar consideravelmente seu passe. Essa situação complexa coloca a gestão do São Paulo em uma encruzilhada, precisando decidir como proceder com um atleta que, apesar do potencial inegável, não tem correspondido às expectativas mais recentes e que, se não houver um novo acordo, pode deixar o clube sem um retorno financeiro adequado.
O Dilema do Desenvolvimento de Jovens Talentos
O caso de Rodriguinho reflete um dilema maior no futebol brasileiro, especialmente em clubes como o São Paulo, que historicamente dependem da formação e venda de jovens talentos para equilibrar suas finanças. A pressão sobre esses atletas é imensa: eles precisam performar consistentemente no alto nível, adaptar-se rapidamente ao futebol profissional e, muitas vezes, carregar a responsabilidade de serem a próxima grande venda. O planejamento para 2026, que já está sendo discutido nos bastidores do clube, certamente levará em conta a performance e a situação contratual de jogadores como Rodriguinho. Além disso, a situação do meia se insere em um contexto em que, segundo observações, “jogadores importantes estão deixando a desejar” e outros, como Lucas Moura, buscam se reencontrar em campo após períodos de lesão, alterando inclusive seu estilo de jogo. Essa realidade exige da diretoria uma análise minuciosa não apenas do rendimento individual, mas também da capacidade de gerenciar expectativas, contratos e o desenvolvimento a longo prazo de seus ativos mais valiosos, garantindo que o investimento na base se converta em sucesso esportivo e financeiro.
Diante desse cenário, o futuro de Rodriguinho no São Paulo se apresenta com mais perguntas do que respostas. O jogador, que tem potencial para ser um diferencial, precisa reencontrar sua melhor forma e contribuir de maneira mais efetiva com gols e assistências para reverter a atual percepção e reaquecer as negociações contratuais. Para o São Paulo, o desafio é gerenciar essa situação com cautela, buscando a melhor solução para o clube e para o atleta, seja através de uma renovação que o valorize novamente ou de uma eventual negociação que ainda possa gerar um retorno financeiro interessante antes que o vínculo se aproxime do fim. Acompanharemos de perto os próximos capítulos dessa história no Tricolor Paulista.

Escritor especializado em cobrir notícias sobre o mundo do futebol. Apaixonado por contar as histórias por trás dos jogos e dos jogadores







